Como todo o artista tem de ir onde o povo está, torcer pelo Santa Cruz é algo natural para boa parte das personalidades cuja imaginação e trabalho criativo influenciam a cultura brasileira.
A presença da torcida coral é, desde sempre, uma das marcas registradas no frevo pernambucano. Primeiro com os maestros Nélson Ferreira – autor dos frevos que simbolizam as três maiores torcidas de Pernambuco -, Capiba e os Irmãos Valença (João Vítor e Raul).
No século XXI, André Rio, Getúlio Cavalcanti e os maestro Forró e Spok herdaram os estandartes dos dois mestres e são os maiores responsáveis para que as cores das sombrinhas do frevo e da bandeira tricolor continuem a se confundir.
E não é só o frevo. No ambiente da música popular, os corais predominam com Naná Vasconcelos, Walmir Chagas (O ‘Véio Mangaba’) e o forrozeiro Maciel Melo. Todos eles, seguem o caminho antes trilhado por Jackson do Pandeiro.
Não é a toa que música contemporânea de Pernambuco está bem enraizada na cultura do povo pobre do estado. Chico Science escancarava, ao mesmo tempo, seu vínculo com tudo que vem do mangue e sua paixão pelo Santa Cruz. Cannibal, Fábio Trummer, Rogerman e Zé Brown praticamente batem ponto no Arruda quando o time joga.
Na literatura, Gilvan Lemos, um dos mais respeitados escritores brasileiros, é tricolor. Bajado levou o Santa Cruz para seus quadros mais importantes. Outros pintores como João Câmara e Tereza Costa Rego também têm a alma pintada com as três cores. O cultuado cinema pernambucano não seria tão popular sem cineastas tricolores, a exemplo de Cláudio Assis e Camilo Cavalcanti.