Constantino Barbosa da Silva Júnior, o Tininho, já é oficialmente o presidente executivo do Santa Cruz Futebol Clube, para o triênio 2018-2020.
A posse aconteceu nesta terça-feira, no Auditório Aristófanes de Andrade, após reunião do Conselho Deliberativo, que confirmou a escolha do seu nome, referendada por 64,8% dos votos válidos, em eleição realizada há uma semana. Junto com Tininho assume o empresário Tonico Araújo, como vice-presidente.
Vamos colocar o trem de volta aos trilhos. Existe um valor estimado de orçamento e não vamos passar um real deste valor. Pode ser prejudicial para minha imagem, com torcida, imprensa. Mas estou preparado para isso. Meu compromisso é com o futuro do clube. Prometo muita entrega, muito trabalho. Nossa prioridade é equilibrar as contas. O resultado do futebol pode não vir neste primeiro momento, mas estou preparado para lidar com isso. Como disse, meu objetivo é colocar o trem de volta aos trilhos. É preciso reorganizar o Santa Cruz financeiramente e essa será a minha principal missão”.
Economista, 38 anos, casado com Maria Eduarda, pai de Maria Manuela e Maria Valentina, ele parece acrescentar a paixão coral até nos detalhes mais íntimos da vida. A filha Valentina nasceu no dia 03/02/2014, quando o clube completava 100 anos.
Sua história com clube se confunde com a própria vida.
Poucos torcedores do Santa Cruz podem dizer que frequentam o Arruda desde os três anos de idade, que aos cinco já tinha sido mascote dezenas de vezes, que frequentava almoços de diretoria e acompanhava reuniões no Conselho, quando era garoto, ao lado do pai, o ex-diretor Constantino Barbosa, enquanto seus amigos jogavam pelada ou empinavam pipa. Depois de mascote, foi chefe de torcida, diretor de futebol, vice-presidente coral, e agora, presidente.
Conselheiro do clube há 20 anos, Tininho a chega à presidência sem tê-la buscado. Neste ano, com problemas de saúde, chegou a ficar afastado da vice-presidência executiva por mais de 80 dias. “Foi doloroso. Até por conta da situação que o time vivia, na Série B”. Para 2018, já tinha organizado com a família uma temporada em Portugal (de onde vieram seus avós e pai), onde iria estudar futebol e “tomar conta da própria vida”.
Seria uma das raras vezes, desde 2008, quando fez parte da gestão Edson Nogueira, que não estaria vivendo as batalhas diárias, nos bastidores do futebol clube. Apoiaria o candidato Antônio Luis Neto à presidência, que teve que desistir por questões de saúde. Recuperado, Tininho foi chamado para assumir a chapa. Conversou com a família, mudou os planos, venceu a eleição.
“Passei por todos os estágios”
“Não era uma meta ser presidente do Santa, mas pela minha trajetória de vida no clube posso dizer que passei por todos os estágios”, diz. Em 2011, depois de integrar a chapa contrária, foi convidado pelo então presidente Antônio Luiz Neto e assumiu o Departamento de Futebol coral. Naquele momento, o Santa era um clube que não sabia sequer se jogaria a série D. Só com uma boa colocação no Estadual conseguiria a vaga.
O Santa foi campeão estadual em cima do Sport, acabou vice-campeão da Série D e subiu para a C. No ano seguinte, o bicampeonato, na Ilha do Retiro. Em 2013, novamente festa coral na Ilha do Retiro, o tricampeonato, e título da Série C. Em 2014, o futebol coral não garantiu nenhum título, mas, 2015 , já como vice-presidente, na gestão Alírio Moraes, mais um estadual para a Sala da Memória Dirceu Paiva, o vice-campeonato da Série B e o acesso para a série A, após 10 anos.
Em 2016, o bicampeonato estadual, a inédita Copa do Nordeste, mas o time acabou rebaixado para a Série B, em 2017. Num ano de extrema dificuldade financeira, com diversos bloqueios judiciais, o Santa viveu sua maior crise, dos últimos anos. Acabou sem títulos e castigado por um rebaixamento para a Série C.
“Vou trabalhar em cima da união de pessoas, de empresários, quero trazer pessoas novas, formar novos dirigentes, pensar no futuro do Santa”, diz, entre um telefonema e outro, de empresários, jogadores e dirigentes de outros clubes. “O que tem pela frente é um desafio enorme. O Santa é vítima desse cruel apartheid financeiro do futebol brasileiro. A gente precisa cortar na carne, enxugar, botar o clube nos trilhos”, diz.
Mesmo com a coleção de troféus conquistado ao longo dos anos, Tininho diz que as grandes lições do futebol ele teve nas derrotas. “Aprendo com a vitória, mas muito mais com a derrota, não tenho dúvida. Mas me sinto preparado, sei do funcionamento do clube”.
Para fazer seu banco de dados pessoal ligado ao futebol, Tininho costuma assistir todo tipo de campeonato. Da série A3 da Tailândia, à segunda divisão do Campeonato Alagoano.
Uma marca ele pretende deixar na sua gestão desde o primeiro momento – “vou delegar poderes”.
Veja a composição da nova diretoria coral:
Presidente executivo – Constantino Júnior.
Vice-presidente executivo – Tonico Araújo.
Conselho Deliberativo – Alírio Moraes.
Comissão Patrimonial – Ricardo de Paula (presidente), Roberto Freire e Victor Pessoa de Melo.
Futebol – Fred Gomes (executivo)
Vice-presidente administrativo/financeiro – Ítalo Mendes.