A paixão pelo Santa Cruz não é o único dom de Alírio Moraes. O presidente coral tem mostrado habilidade para conduzir a gestão do clube. Mesmo tendo que superar as dificuldades, que são principalmente de ordem financeira e que já estão vigentes há décadas.
Mas Alírio é um otimista por natureza. Pensa sempre em frente. E, por isso, vem juntando vitórias no comando do Tricolor. “Me tornei presidente do Santa por acaso, destino. Acredito que tenha uma justificativa maior por trás. E participo de um processo de renascimento do clube. Enquanto os outros clubes andavam, estávamos parados”, inicia o presidente.
Como gestor, Alírio Moraes tem um compromisso com o controle dos gastos. Não monta times que não pode pagar. Tudo em nome de criar um melhor futuro para o Mais Querido. “O grande problema do Santa Cruz, nesses últimos anos, foi a incapacidade de pagar contas”.
“Isso reproduziu, naturalmente, em obrigações a serem cumpridas pelos futuros gestores. Muitas vezes, sei que o elenco precisa ser reforçado, mas olho muito para o caixa. Procuro ficar muito firme nessa relação da sustentabilidade. Precisamos assumir um volume de dispensas do tamanho da nossa receita”, destaca.
A montagem do elenco para 2016 foi pensada desta forma. E o Santa Cruz, mesmo assim, conseguiu dois títulos que ficam para a história do clube. “O orçamento estimado, para este ano, é em torno de 35 a 40 milhões. O que parece ser gigante para o Santa Cruz. Mas, quando entrei na gestão, tínhamos quase 200 milhões em dívidas”.
“O dinheiro não sobra, não conseguimos ter uma tranquilidade. Temos que ser mais criativos e exigentes na aplicação desse dinheiro. Como gestor, não tenho problema em admitir que decisões equivocadas foram tomadas. Não foram só acertos. Discutimos isso com um comitê gestor, que têm pessoas qualificadas. E assim vem sendo. Seguimos na luta. É qualificar o máximo possível sem comprometer o orçamento do clube”, comenta Alírio.
Avaliação da Série A
O Santa Cruz participa, após dez anos, de um dos campeonatos mais difíceis do mundo. Além da disparidade financeira entre as equipes, a Série A do Campeonato Brasileiro tem um bom nível técnico. Os jogos são sempre equilibrados e complicados. A necessidade de reforços se faz presente.
“Já estava previsto, para este momento, começar a trazer alguns jogadores mais renomados para nos dar respaldo. Posso dizer à torcida que estamos fazendo um aporte de recursos com valores significativos. Vamos pagar em dia e trazer jogadores que possam vestir a camisa do Santa Cruz”, afirma o presidente.
Por conta de bloqueios de receita, os desafios ficaram ainda maiores. Mas Alírio Moraes não desanima. Ele confia nas pessoas que comandam o futebol coral. Principalmente no vice-presidente Constantino Júnior e no técnico Milton Mendes.
“São pessoas que têm um trabalho reconhecido no cenário nacional. E acreditamos que esse trabalho vai produzir resultados satisfatórios ao final da temporada. Milton fez uma série de exigencias para vir ao Santa Cruz. Aquisição de jogadores e equipamentos. Por questões de receita, não conseguimos cumprir um terço do que foi prometido. Como posso exigir resultado?”, pondera Alírio.
“Essa relação tem que ser muito equilibrada. É um dar para receber. Tudo depende da engenharia financeira, do fluxo de caixa, e temos buscado alternativas de forma contínua. Peço que o torcedor confie e nos apoie neste momento”, encerra.